É a freguesia mais setentrional do Concelho de Mafra, limitando a Norte o Concelho de Torres Vedras. De carácter eminentemente rural, conta com magníficas praias como a praia da Calada.

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Outrora conhecida por Freguesia de São Domingos da Fanga da Fé, foi desmembrada da Freguesia de São Tiago de Torres Vedras aquando da reforma de 1855. Já mais recentemente passou a chamar-se Encarnação, povoação que já existia no século XVI como Lobagueira dos Lobatos, reza a tradição, “pelos muitos lobos que infestavam toda a zona marginando a ribeira do Safarujo, coberta de matos e densos arvoredos formando vasto bastio desde o Codeçal até ao mar”.

Quanto ao património artístico, merece relevo a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Encarnação, que sucedeu à de São Domingos da Fanga da Fé após o terramoto de 1755.

Até então foi a Capela de São Domingos da Fanga da Fé altar privativo de Nossa Senhora do Rosário. Arruinado pelo terramoto, o templo foi mais tarde parcialmente reconstruído, servindo ainda para cultos até inícios do século XIX. O povo da Encarnação obteve então autorização dos Condes de Belmonte para exercer os actos paroquiais na Igreja de N. Sra. da Encarnação, votando ao ostracismo a antiga capela, cujo adro é hoje cemitério.

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Construída no século XVII, a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação foi redecorada no século XVIII, mantendo da origem os silhares de azulejos, seiscentistas. A capela-mor possui retábulo de talha, com colunas torsas, e a sacristia dois arcazes, um dos quais de 1661, para além de uma pia de água benta, um relógio setecentista e uma imagem de São Marcos, vinda, provavelmente, dos destroços da Capela da Fanga da Fé.

Entre as numerosas imagens destaca-se a da padroeira, proveniente da Sé de Lisboa, e a de Santo António com o Menino, de madeira estofada, datável do séc. XVII-XVIII. No tecto uma pintura a representar a Anunciação da Virgem, a lembrar as composições de Pedro Alexandrino.